quarta-feira, 14 de novembro de 2012

CIL – Detalhes: 1 de 5 - O que usar para fazer o CIL?


                   Material e medicamento

         O material necessário para a realização do CIL é cateter uretral e lenço umedecido ou algodão com água é sabão. A lidocaína gel 2% S/A é um medicamento.
         Todos os outros materiais ou medicamentos são desnecessários.
                  Calma! Posso explicar...
                  Por que usar Lenço umedecido?
          Observem o nome do procedimento – Cateterismo Intermitente Limpo.
               O próprio nome já nos leva para a desmistificação da técnica. A melhor e mais simples forma de limpar a pele ou a mucosa é com o uso de água e sabão, assim como no banho.
             Entãããããão... Presume-se que limpar a mucosa do meato uretral com água e sabão é mais saudável do que usar outro produto.
                  – Certo?
                  – Ceeeeerto.
              Ao decidir limpar com água e sabão tem-se que escolher o material para fazer esta limpeza. Nesta hora é necessário lembrar que o que vai ser limpo é mucosa e que mucosa é mais sensível que pele, portanto material abrasivo como gaze pode produzir microlesões no local. Ao descartar o uso da gaze resta-nos buscar alternativas e, é aí, que entra o algodão embebido em água com sabão, porque o algodão molhado fica macio e não solta fiapos. Como o lenço umedecido é composto por um material macio embebido em água com sabão torna-se uma ótima e prática alternativa.
                 Não ficou convencido?
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CIL - Como fazer o Cateterismo Intermitente Limpo?


III. Execução do CIL
O treinamento do cuidador e/ou da criança para a realização do Cateterismo Intermitente Limpo (CIL) deve levar em conta, apesar do abandono da técnica estéril depois da grande contribuição de Lapides e colaboradores, que o procedimento exige sistematização com critérios rigorosos de higiene e organização para a sua execução.
A técnica usada atualmente ainda é a técnica descrita por Lapides e colaboradores em 1972 e consiste da higiene rigorosa das mãos e do meato uretral, do uso do gel lubrificante hidrossolúvel e de um cateter apropriado para a idade.  
Para garantir a organização do procedimento recomenda-se:
1.    Separar o material:
ü  Lenço umedecido ou algodão embebido em água com sabão
ü  Cateter adequado
ü  Gel lubrificante hidrossolúvel
2.    Lavar as mãos:
3.    Preparar o material:
ü  Abrir o saco que protege o cateter
ü  Pingar uma gota do gel lubrificante hidrossolúvel no saco protetor do cateter se for menina. Se for menino, pode pingar direto no meato uretral  
4.    Posicionar a criança e se posicionar com segurança e conforto
5.    Fazer a higiene íntima:
ü  De cima para baixo e do centro para a periferia
6.    Visibilizar o meato uretral
7.    Lubrificar o meato ou a ponta do cateter
8.    Introduzir o cateter aberto até retornar urina, depois, introduzir mais 2 cm
9.    Esvaziar a bexiga naturalmente
10. Remover o cateter
O CIL deve ser visto como um facilitador e deve ser demonstrado, através dos recursos didáticos específicos para cada educando, como um procedimento de fácil execução que é capaz de reduzir perigos como a infecção urinária e a lesão renal além de melhorar, extremamente, a vida de muitas crianças com desordens urinárias.
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terça-feira, 13 de novembro de 2012

CIL - Da indicação ao treinamento


 II. Da indicação do CIL ao treinamento do cuidador/criança 
 O Cateterismo Intermitente Limpo é a medida preventiva mais efetiva na disfunção vesico-esfincteriana, porém seu emprego modifica o estilo de vida do binômio cuidador/criança, tanto em termos físico quanto psicossociocultural.
A família costuma receber a indicação do CIL como um problema a mais. Na maioria das vezes, sentem-se incapazes e assustadas devido à falta de familiaridade com o procedimento. Cabe ao UroPediatra, ao indicar o CIL, apresentar o procedimento como um ato de amor: 
O enfermeiro ao iniciar a capacitação do cuidador ou da criança deve conhecer os processos de ensino-aprendizagem e utilizar as estratégias pedagógicas pertinentes levando em conta, sempre, que o educador e educando tem posturas ativas e coparticipantes e que o treinamento visa capacitar o cuidador e a criança quanto ao modo e ao motivo da realização do CIL. O binômio mãe/filho precisa sentir segurança e confiança no educador para que ocorra uma aliança entre os mesmos e, consequentemente, garantia de qualidade neste cuidado tão específico.
Neste processo, é fundamental que o educador centre sua orientação técnico-assistencial nos aspectos anatomofisiológico e na técnica de execução do procedimento, sem deixar de fazê-la associada a uma visão mais integral e humanizada do binômio mãe/criança. Respeitar o tempo necessário para a aprendizagem do educando é o primeiro passo para o sucesso do treinamento.
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Cateterismo Intermitente Limpo - CIL


Cateterismo Intermitente Limpo


I. Introdução
A Disfunção Vesico-esfincteriana de origem neurológica, mais conhecida como Bexiga Neurogênica, é uma afecção crônica ligada à presença de malformações congênitas que acomete principalmente as crianças. Os distúrbios miccionais causados por alterações neurológicas tem sido a principal causa de lesão do trato urinário no grupo etário pediátrico. A mais freqüente lesão medular congênita é a mielomeningocele.  Estas crianças tanto podem apresentar alteração no armazenamento vesical caracterizada pela incontinência urinária, como retenção devido ao mau esvaziamento do conteúdo vesical. Tanto em uma situação como na outra, há presença de urina residual.  
O distúrbio na dinâmica de armazenamento e esvaziamento da bexiga associado à presença de urina residual e à ocorrência de infecções urinárias de repetição leva à deterioração renal progressiva. Com o comprometimento da função do reservatório a urina pode ser armazenada sob altas pressões e este quadro pode ser piorado pela hiperatividade da musculatura vesical principalmente quando esta estiver associada à resistência esfincteriana na eliminação urinária.    
O tratamento da disfunção vesico-esfincteriana deve evitar e/ou prevenir a perda da função renal por meio do esvaziamento vesical completo, prevenir as infecções urinárias recorrentes, controlar a pressão intravesical e, se possível, alcançar a continência urinária. Esta proposta tem sido conseguida com a implementação cada vez mais precoce do Cateterismo Intermitente Limpo(CIL) associado ou não, ao uso de drogas anticolinérgicas.
O cateterismo intermitente foi proposto por Guttmann em 1966, porém a técnica de cateterização proposta foi a estéril necessitando de um médico ou de uma enfermeira para executá-la.  Em 1972, Lapides e colaboradores lançaram a idéia de que o cateterismo intermitente não precisava ser estéril e devia ser realizado, sempre que possível, pelo próprio paciente.
A efetividade do CIL em crianças portadoras de disfunção vesico-esfincteriana repercute em melhora e/ou estabilização do quadro urológico, minimização de infecções urinárias sintomáticas, apesar da bacteriúria assintomática persistente e, em algumas situações, à aquisição da continência urinária.
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sexta-feira, 9 de março de 2012

A Mielomeningocele na minha casa



Por que logo meu filho(a) nasceu com esse probleminha?


Esta é a questão. Ainda não se sabe ao certo quais são as causas, mas suspeita-se de alguns fatores tais como fatores genéticos, fatores ligados ao ambiente, exposição a medicamentos, falta de ácido fólico.

E o pré-natal?
O pré-natal deve ser feito em toda e qualquer gravidez mais deve ser acompanhado com mais carinho e mais de perto quando se encontra algum probleminha na linda criança que esta por vir. Não é, via de regra, mas condições mais severas e adversas podem limitar o desempenho motor da criança.
 Ajuda bastante também quando a gravidez é programada e a mamãe pode tomar o ácido fólico quando deve ser tomado porque ele protege o sistema nervoso em formação.

É uma doença comum?
Não. É uma doença rara, principalmente, porque em muitos países a lei permite que as mães interrompam a gravidez.  

Vejam este quadro

Problemas mais comuns associados
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Colaboração de Suellen Santos.
Obrigada!
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quinta-feira, 8 de março de 2012

A mielo na menina mulher



Toda menina é uma mulher


Mulher que busca
Mulher que sofre
Mulher que luta
Mulher que vive
Mas... Toda menina é uma mulher!
Mulher que sorri
Mulher que faz rir
Por que... Toda menina é uma mulher!
Mulher que acredita
Que não desiste
Toda menina é uma mulher!
Mulher que quer
Mulher que pode
Mulher que é!
Em toda menina tem uma mulher!
Mulher que encanta, desbanca e se banca!
Ah! Toda menina é uma mulher!




Feliz Dia da Mulher!
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quinta-feira, 1 de março de 2012

Mielo: tratamento


E agora?


O primeiro passo, depois de identificado a doença, é a correção cirúrgica do defeito do dorso.
Procure um Neurocirurgião Pediátrico!
Lembre-se: você não precisa de dinheiro para oferecer ao seu filho o que a medicina tem de melhor.
Não perca tempo! Todas as grandes universidades de medicina podem te ajudar. Peça para o seu médico te encaminhar e, caso ele não consiga, ligue para o serviço social da instituição de sua escolha e implore se necessário.
Sua luta pode mudar o rumo desta história porque, atualmente, esta correção já pode ser feita intraútero.
As crianças, que conheço e que fizeram a correção intraútero estão muito bem, a maioria delas está urinando espontaneamente e sem déficit motor. O grande problema desta cirurgia é que ela deve ser realizada no momento certo. Portanto, ao saber do diagnóstico, procure se informar.
Corra! A ‘pancada’ costuma ser forte, mas a Mielo não vai esperar seu coração cicatrizar.


Caso não consiga operar antes do nascimento, a correção cirúrgica deve ser feita o mais breve possível, geralmente feito com horas de vida, para evitar infecções, uma vez que, a cirurgia protege o tecido nervoso que, na maioria das vezes, está exposto ao meio externo.


A cirurgia é o primeiro problema, isto é: não é o único.
Em seguida, a criança vai precisar de uma equipe multidisciplinar envolvendo neurologista, urologista, ortopedista, reabilitação, enfermeiros, psicólogos, gastroenterologistas, nutricionistas e de uma FAMÍLIA com uma vontade muito grande de vencer todos os obstáculos de uma doença crônica e com uma vontade maior ainda de aprender a conviver com as palavras responsabilidade, fé e superação!
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Colaboração de Suellen Santos.
Obrigada!
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