quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Cateterismo Intermitente Limpo - Acompanhamento


VII. Avaliação do CIL
Toda criança que faz CIL deve ser monitorada. É comum os pais aprenderem o procedimento e não agendarem retornos com o educador seja ele um médico ou uma enfermeira.
Algumas situações podem ou precisam ser alteradas com o crescimento e desenvolvimento da criança que faz CIL ou de acordo com a evolução da sua bexiga.
Portanto...
Toda criança que faz CIL deve retornar ao serviço que executou o treinamento pelo menos uma vez por ano.
Como avaliar o CIL
A avaliação do procedimento deve levar em conta a técnica de execução do procedimento, o volume urinário por cateterização, o volume urinário por dia, o intervalo entre as cateterizações e a ocorrência de perdas urinárias entre os cateterismos. Para que o educador possa avaliar estes dados, ele deve capacitar o educando para preencher o diário urinário com precisão.
Estas avaliações devem ser periódicas para que ajustes possam ser feitos, no intuito de, garantir a eficácia do esvaziamento vesical e garantir que o objetivo a ser alcançado com o procedimento obtenha êxito. 
Não se pode esquecer que a pressão detrusora superior a 20 cm H2O durante o enchimento e a presença de hiperatividade detrusora com altas pressões está associada à perda urinária nos intervalos dos cateterismos e à lesão renal.
O profissional que executa a capacitação do cuidador/criança e faz as avaliações do procedimento deve conhecer anatomia e fisiologia urinária, os efeitos deletérios da permanência de pressões elevadas intravesicais, o estudo urodinâmico e suas implicações clínicas e, principalmente, saber avaliar o diário urinário. 
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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

CIL através de estoma continente


V. Estoma continente: Mitrofanoff, Monti ou Macedo’s Pouch
Ampliação Vesical
Nos casos em que ocorra evolução desfavorável, mesmo fazendo CIL e tomando a Oxibutinina, reservam-se outras formas de abordagens terapêuticas:

Se a criança for pequena, a opção de escolha é a Vesicostomia - Derivação urinária incontinente mais comum entre as crianças e bem aceita pela família. Caracteriza-se pela exteriorização de um segmento da bexiga na parede supra púbica, o estoma. A urina é drenada diretamente na fralda e credita-se à facilidade no cuidar, a melhor aceitação da mesma. 
Vesicostomia
É a derivação mais utilizada para garantir a eliminação da urina nas situações de ITUs de repetição de difícil controle, especialmente nas bexigas neurogênicas. É mantida até que a criança apresente condições clínicas para a realização da operação adequada ou apresente condições para uma derivação continente cateterizável.
Atualmente a principal operação é a reconstrução do trato urinário inferior com a utilização de seguimentos intestinais e confecção de estoma continente para garantir um acesso adequado ao reservatório urinário e facilitar a cateterização.
O CIL foi fundamental para o desenvolvimento das reconstruções vesicais através da substituição e/ou ampliação da bexiga.
Mitrofanoff
MP 
A técnica de execução do CIL em um estoma continente não difere da técnica original a não ser pela facilidade ao acesso. 
O cateter ideal para cateterizar o estoma é o de calibre 12.
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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Cateterismo Intermitente Limpo - Frequência


IV.  Frequência do CIL
Já está bem definido na literatura o valor do estudo urodinâmico no diagnóstico e no seguimento das crianças portadoras de disfunção vesico-esfincteriana. O conhecimento do tipo de disfunção vesical e esfincteriana e o conhecimento das pressões vesicais durante o enchimento e das pressões de perdas urinárias da criança com bexiga neurogênica é que vão nortear a indicação do CIL e a frequência ideal para a realização do mesmo. 
Mas...
Nem sempre os médicos que cuidam destas crianças conseguem realizar o Estudo Urodinâmico e, embasados na avaliação clínica, precisam indicar o CIL. Nestes casos, o diário urinário é o instrumento que, quando realizado com critérios bem estabelecidos, fornece dados significativos para a avaliação clínica do CIL e possível ajuste na frequência do procedimento.
Apesar dos vários estudos, realizados por vários autores, sobre a frequência com que o CIL deva ser realizado diariamente, ainda não se tem um número ideal para todos os pacientes. Sabe-se que ela varia de acordo com o tipo de disfunção vesical, com os níveis de pressão detrusora durante o enchimento e com os níveis da pressão de perda, isto é: o CIL deve ser realizado antes que a pressão detrusora alcance níveis capazes de prejudicar os rins durante o enchimento vesical.
Na falta do estudo urodinâmico, o CIL em crianças portadoras de bexiga neurogênica deve ser realizado de 4 a 5 vezes por dia, com intervalos regulares entre as cateterizações de 4 a 5 horas, respeitando o período noturno, de sono e repouso, que não deve ultrapassar de 8 horas.
O acompanhamento pode ser feito através do diário urinário até que se realize um estudo urodinâmico.
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domingo, 9 de dezembro de 2012

CIL – Detalhes: 5 de 5 - Porque não usar luvas de látex


A Mielomeningocele e as luvas
Normalmente, as crianças não nascem com alergia ao látex, mas as crianças com Mielomeningocele tem maior probabilidade de desenvolver alergia ao látex.
Isto é um fato.
As manifestações clínicas variam de leves a graves e vai desde rinite, conjuntivite, dermatite de contato, até reações sistêmicas leves, moderadas ou graves, como a anafilaxia.
Alguns estudos científicos afirmam que a possibilidade de uma criança portadora de Mielomeningocele apresentar choque anafilático provocado pelo látex, durante uma cirurgia, é 500% maior.
Atualmente, os serviços especializados evitam o contato da criança portadora de Mielomeningocele com látex porque a prevalência de alergia ao látex nesses pacientes pode ser alta (varia de 1 a 49% e pode chegar a 73% em procedimentos cirúrgicos) e a sensibilização ao látex aumenta ao longo dos anos.
Além das luvas, o látex está presente em inúmeros objetos, alguns de manuseio médico, como garrotes para punção venosa e cateteres urinários de demora. Objetos de uso habitual, como chupetas, mamadeiras, brinquedos, balões, cosméticos e roupas, também podem conter látex em sua composição.
A única maneira de evitar essa sensibilização é suprimindo o contato com látex em todos os pacientes de alto risco, em que estão incluídos os portadores de Mielomeningocele.
O que fazer?                                         
Os serviços de saúde devem providenciar material sem látex para atender esta população.

Isto é um direito do paciente e um dever da instituição.
Quanto às luvas sem látex, atualmente o mercado dispõe de ótimas alternativas: as famosas luvas “látex free” de Polietileno, PVC (Vinil) ou de Polímeros de Nitrila. O custo, destas luvas, varia de acordo com o produto escolhido. As de Polietileno são as mais baratas e as de Polímero de Nitrila, as mais caras. Para procedimentos cirúrgicos, as luvas recomendadas são as de Polímero de Nitrila.
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